Encontrei novas informações, não que sejam conclusivas, mas são muito importantes. Uma das matérias do Diário do Grande ABC que postei anteriormente, afirmava que as primeiras pessoas a morar no terreno chegaram em meados do segundo semestre de 1999. Acabo de encontrar outra matéria, porém, datada em 3 de maio de 2000 que traz o seguinte: "Entre os moradores que decidiram erguer uma casa de alvenaria está o pedreiro Antônio Gomes do Nascimento, que mora há dois anos no local com a família - no começo, em um barraco de madeira. Segundo ele, as primeiras moradias foram construídas há quatro anos." Ou seja, em 1996.
Eu já postei também quanto a Transpetro (empresa de Oleoduto da Petrobrás) e suas intenções de retirar as famílias do local por este ser considerado zona de risco. A nova informação é que a própria Rede Ferroviária Federal (dona do terreno) já chegou a investir nessa causa. Claro que isso não seria novidade, mas agora deixou de ser hipótese para ser dado registrado. Deixarei ao fim do post a matéria na íntegra.
E enfim a terceira e valiosíssima informação é sobre os ciganos que lá habitavam. Ao que parece, alguns acabaram por migrar para Minas de onde vieram. "A cigana Devília Soares, 70 anos, vendeu por R$ 500 uma casa que construiu no local, e agora divide uma tenda com parentes. "Passei a morar embaixo do viaduto da estaçao de trem, mas tive de sair porque estao construindo lá e jogavam terra na gente", contou a cigana. Ela afirma que, quando morava na casa de alvenaria, sofreu represália da polícia. "Eles (policiais) vieram aqui e disseram que eu nao poderia construir uma casa, só barraco". Com o dinheiro que juntou, vai voltar com as 15 pessoas da família para Minas Gerais."
Segue a matéria na íntegra:
quarta-feira, 3 de maio de 2000 22:47
Rede Ferroviária vai tirar famílias de terreno em Utinga
Ana Macchi
Especial para o Diário
á três meses, a Prefeitura de Santo André visitou o local e constatou que 14 famílias habitavam o terreno em barracos. Desde entao, o número de invasores aumentou, e eles passaram a construir casas de alvenaria. A maioria dos moradores está desempregada, mas também há um grupo de ciganos vivendo em tendas no terreno, que nao possui água encanada, luz ou esgoto.
Antônio afirma que a Prefeitura mandou um fiscal ao local, que pediu aos moradores que abandonassem suas casas. "Como estou desempregado e nao tenho condiçoes de me mudar, vou ficar aqui mesmo", disse. A Prefeitura de Santo André, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que nao intimou nenhum morador.
"Começamos a construir aqui porque os outros espaços já estao tomados. Tem gente que já gastou R$ 8 mil em uma casa. Por isso, temos medo que derrubem", explicou Antônio.
A cigana Devília Soares, 70 anos, vendeu por R$ 500 uma casa que construiu no local, e agora divide uma tenda com parentes. "Passei a morar embaixo do viaduto da estaçao de trem, mas tive de sair porque estao construindo lá e jogavam terra na gente", contou a cigana. Ela afirma que, quando morava na casa de alvenaria, sofreu represália da polícia. "Eles (policiais) vieram aqui e disseram que eu nao poderia construir uma casa, só barraco". Com o dinheiro que juntou, vai voltar com as 15 pessoas da família para Minas Gerais.
O comerciante Paulo José Maria Júnior trabalha perto da estaçao de trem e diz que há três meses a polícia esteve na regiao e intimou os invasores a abandonar o local. "Tudo ficou por isso mesmo. Quando a polícia chega, eles vao embora, mas, depois, voltam".
Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/90000116376/rede-ferroviaria-vai-tirar-familias-de-terreno-em-utinga.aspx?ref=history
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