terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Encontrei novas informações, não que sejam conclusivas, mas são muito importantes. Uma das matérias do Diário do Grande ABC que postei anteriormente, afirmava que as primeiras pessoas a morar no terreno chegaram em meados do segundo semestre de 1999. Acabo de encontrar outra matéria, porém, datada em 3 de maio de 2000 que traz o seguinte: "Entre os moradores que decidiram erguer uma casa de alvenaria está o pedreiro Antônio Gomes do Nascimento, que mora há dois anos no local com a família - no começo, em um barraco de madeira. Segundo ele, as primeiras moradias foram construídas há quatro anos." Ou seja, em 1996.

Eu já postei também quanto a Transpetro (empresa de Oleoduto da Petrobrás) e suas intenções de retirar as famílias do local por este ser considerado zona de risco. A nova informação é que a própria Rede Ferroviária Federal (dona do terreno) já chegou a investir nessa causa. Claro que isso não seria novidade, mas agora deixou de ser hipótese para ser dado registrado. Deixarei ao fim do post a matéria na íntegra.

E enfim a terceira e valiosíssima informação é sobre os ciganos que lá habitavam. Ao que parece, alguns acabaram por migrar para Minas de onde vieram. "A cigana Devília Soares, 70 anos, vendeu por R$ 500 uma casa que construiu no local, e agora divide uma tenda com parentes. "Passei a morar embaixo do viaduto da estaçao de trem, mas tive de sair porque estao construindo lá e jogavam terra na gente", contou a cigana. Ela afirma que, quando morava na casa de alvenaria, sofreu represália da polícia. "Eles (policiais) vieram aqui e disseram que eu nao poderia construir uma casa, só barraco". Com o dinheiro que juntou, vai voltar com as 15 pessoas da família para Minas Gerais."


Segue a matéria na íntegra:


quarta-feira, 3 de maio de 2000 22:47

Rede Ferroviária vai tirar famílias de terreno em Utinga

Ana Macchi
Especial para o Diário


A RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) decidiu retirar as famílias que invadiram um terreno próximo à estaçao Utinga, em Santo André, e que pertencente à empresa. Segundo o chefe do escritório regional da rede em Sao Paulo, Airton Santiago, a RFFSA ganhou recentemente na Justiça a posse do terreno. "Só falta combinar com a Polícia Militar a data em que iremos retirar as famílias", afirmou Santiago. Atualmente, cerca de 250 pessoas vivem no local, que fica às margens da linha de trem.
á três meses, a Prefeitura de Santo André visitou o local e constatou que 14 famílias habitavam o terreno em barracos. Desde entao, o número de invasores aumentou, e eles passaram a construir casas de alvenaria. A maioria dos moradores está desempregada, mas também há um grupo de ciganos vivendo em tendas no terreno, que nao possui água encanada, luz ou esgoto.
Entre os moradores que decidiram erguer uma casa de alvenaria está o pedreiro Antônio Gomes do Nascimento, que mora há dois anos no local com a família - no começo, em um barraco de madeira. Segundo ele, as primeiras moradias foram construídas há quatro anos.
Antônio afirma que a Prefeitura mandou um fiscal ao local, que pediu aos moradores que abandonassem suas casas. "Como estou desempregado e nao tenho condiçoes de me mudar, vou ficar aqui mesmo", disse. A Prefeitura de Santo André, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que nao intimou nenhum morador.
 "Começamos a construir aqui porque os outros espaços já estao tomados. Tem gente que já gastou R$ 8 mil em uma casa. Por isso, temos medo que derrubem", explicou Antônio.
A cigana Devília Soares, 70 anos, vendeu por R$ 500 uma casa que construiu no local, e agora divide uma tenda com parentes. "Passei a morar embaixo do viaduto da estaçao de trem, mas tive de sair porque estao construindo lá e jogavam terra na gente", contou a cigana. Ela afirma que, quando morava na casa de alvenaria, sofreu represália da polícia. "Eles (policiais) vieram aqui e disseram que eu nao poderia construir uma casa, só barraco". Com o dinheiro que juntou, vai voltar com as 15 pessoas da família para Minas Gerais.
O comerciante Paulo José Maria Júnior trabalha perto da estaçao de trem e diz que há três meses a polícia esteve na regiao e intimou os invasores a abandonar o local. "Tudo ficou por isso mesmo. Quando a polícia chega, eles vao embora, mas, depois, voltam".

Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/90000116376/rede-ferroviaria-vai-tirar-familias-de-terreno-em-utinga.aspx?ref=history

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