quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Falava sobre o tráfico de entorpecentes em postagem anterior (08/01/2013) e uma das maiores e mais temidas das consequências desse comércio ilegal é a violência. Como já é conhecido, o meu contato com a Favela dos Ciganos durante os dois anos de curso na universidade ao lado (atual UniABC Anhanguera) foi externo, muito embora não tenha sido completamente alheio. Durante todo esse período, uma constante frase que eu ouvia das pessoas, principalmente dos alunos, era: tome cuidado ao passar pela favela! Muito ouvi falar em casos de furto nessa região, e não cheguei a ter conhecimento de casos mais graves, porém, sinceramente, nunca tive medo de passar ali, entretanto, a bem da verdade, há sempre um risco a mais, para não dizer vários.
Na postagem do dia 02 de janeiro desse ano aqui no blog, o colega Jair nos deixou um comentário com o manifesto de indignação em relação à violência que gira em torno do tráfico. Relatou que seu filho teve a bicicleta roubada e que existe, dentro da favela, receptador de objetos dessa natureza. O mais provável (e é óbvio) é que esses objetos são trocados por drogas pelos usuários que não dispõem de dinheiro para pagar por elas, o que gera um comércio ilegal paralelo ao de entorpecentes, o de compra e venda de objetos roubados.
O Diário do Grande ABC publicou matéria com declarações de alunos da UniABC e do Imes (Centro Universitário Municipal de São Caetano) amedrontados, alunos que não gostariam de ter que passar pela favela para pegar os seus ônibus*, e que pedem para que haja circulação desses ônibus em frente às universidades. Embora essa matéria seja bastante antiga, mais precisamente de outubro de 2002, vale à pena registrá-la de maneira a conseguir mais uma observação: estudei lá até o final do ano passado e não há, até hoje, circulação aos arredores das universidades de ônibus das linhas que estacionam na Rodoviária ao lado da favela. Para não ser injusta (acredito que seja um progresso alcançado no decorrer de 2002 para cá), a EPT (Empresa Pública de Transportes) libera hoje um carro por linha para passar nas exatas 22h30 em frente à  UniABC Anhanguera. O caso é que essa não é nenhum modelo de instituição e os professores acabam liberando os alunos bem mais cedo, praticamente todos os dias. Enfim, fica claro que a EPT não vai mudar os planos, visto que "o problema é da universidade agora". No fogo cruzado EPT x  UniABC Anhanguera, quem leva chumbo é o aluno que, indefeso (pois não há nenhum guarda nas passarelas), enfrenta todos os dias os perigos de uma realidade que não é a sua.


*Na postagem de ontem, no vídeo "Parte 4", registrei o percurso que é necessário fazer ao lado da favela e dentro de seu centro comercial para chegar à Rodoviária.


Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/90000317520/estudantes-de-duas-faculdades-reclamam-de-trajeto-inseguro.aspx?ref=history

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